Ele, Ela e Ello

Uma das grandes vantagens do Facebook sobre as demais redes sociais, além de sua grande capacidade de ganhos de escala (escalabilidade), é a relativa autenticidade da identidade de seus utilizadores. Como o Orkut, em sua época, é no Facebook que buscamos informações pessoais e profissionais adicionais daquela nova pessoa que conhecemo.

Após a polêmica criada pelo fato de o Facebook tentar buscar aumentar a credibilidade dos seus perfis exigindo que os usuários utilizem seus nomes reais ao invés de apelidos, houve reclamações na comunidade GLBTT por questões de identificação de gênero. Assim surgiu uma nova rede social, Ello, que permite que seus usuários utilizem o nome que desejarem para se identificarem online.

Apesar de haver grandes possibilidade de ocorrerem novas adesões, a substituição do Facebook, contudo, é muito pouco provável. Os motivos são os seguintes:

a) uma rede social não é apenas um site de registros de informação, mas uma plataforma;

b) a rede é social, porque é onde se tem a intenção de interagir com outras pessoas com interesses comuns, por isso os usuários vão onde seus amigos estão;

c) um dos problemas do MySpace era que, por não se preocuparem por expressar sua real identidade online, poucos de seus usuários tinham intenção de criar interação ou relacionamentos fora do ambiente virtual;

d) pouca probabilidade de uma empresa de apenas 6 funcionário estabelecerem ganhos de escala na sua capacidade de adicionar novos usuários;

e) os produtos oferecidos dentro do Facebook (fotos, grupos, linha do tempo) demoraram anos para serem desenvolvidos com a qualidade que apresentam atualmente;

f) uma das vantagens do Facebook é a disponibilização do seu API – ver post sobre o assunto – para que sejam criados jogos e ampliações dentro do seu ambiente;

g) todo o custo de investimento em recursos humanos, físicos e virtuais tem que ser pago de alguma maneira e o Ello afirmou que nunca hospedará anunciantes e propaganda dentro do seu ambiente.

A demanda é legítima, mas não seria melhor negociar as idiossincrasias do grupo diretamente com o Facebook?